Diferenciando as economias: Economia solidária é diferente de economia circular, colaborativa, criativa ou verde
Colocar diferentes nomes nas diferentes formas de economia é uma prática que pode gerar confusões. Outros conceitos de economias que não são a SOLIDÁRIA apresentam propostas que continuam escondendo efeitos negativos do capitalismo. Alguns exemplos são “economia colaborativa”, “economia criativa”, “economia circular” e “economia verde” – todos seguem na esfera do capitalismo, que tem como premissas a exploração dos trabalhadores, a maximização do lucro das empresas e o consumo descartável.
Economia colaborativa: Novas formas de gerar trocas entre as pessoas, sendo administrada por empresas que lucram em cima disso. São empresas que administram plataformas digitais, extraindo ganhos em cima das atividades realizadas, sem se responsabilizar pelos direitos trabalhistas. Por exemplo, Uber, ifood.
Economia criativa é a mercantilização da criatividade, ou seja, transformar criatividade em atividade rentável. São classificados dentro da economia criativa, todos os produtos e serviços que tem como propulsor e gerador de renda, a criatividade e inovação. Se enquadram as soluções criativas para diversas questões. Porém não trás consigo uma proposta econômica que questione as relações trabalhistas e a exploração do trabalho.
Economia circular Busca a minimização dos resíduos para maximizar os lucros.
Propondo a reintrodução dos materiais na cadeia produtiva. Ao invés do convencional “descarte”, a economia circular propõe a reutilização da matéria prima, com o objetivo de diminuir os custos com a extração de novos materiais, e diminuição dos impactos ambientais. Porém não questiona a forma como se dá o processo produtivo, nem as relações de trabalho.
Economia verde tem como objetivo diminuir o impacto das atividades econômicas no meio ambiente sem comprometer os lucros. Não elimina a exploração da natureza para a geração de lucro, e não impõe um limite para o crescimento econômico. Trás algumas medidas de diminuição de impactos, por meio de negociações e transferências de responsabilidades ambientais, como por exemplo, por meio de créditos de carbono. A economia verde é entendida como uma roupagem do capitalismo, mostrando-se ideologicamente comprometida com o meio ambiente, porém não propõe de fato uma alternativa de desenvolvimento sustentável. Na prática, continua negociando recursos naturais. Portanto, está longe de questionar o modelo de capitalista de exploração.
Economia solidária
A Economia Solidária (ECOSOL) se diferencia dos conceitos citados acima, pois essencialmente é anticapitalista, ou seja, questiona o modelo produtivo, as relações de trabalho, e apresenta uma proposta econômica com os valores da solidariedade, cooperação, responsabilidade ambiental e social, horizontalidade e autogestão.
Quebra com o modelo empresarial onde um manda e outros obedecem. Na ECOSOL adota-se o modelo da autogestão, onde todos os envolvidos têm voz e poder de decisão e os trabalhadores atuam diretamente na gestão do empreendimento em que fazem parte, isso inclui a partilha justa dos ganhos.
A economia solidária se posiciona política e socialmente na luta pela equidade racial e de gênero. Têm suas práticas visando as condições sociais dos locais e grupos envolvidos, preza pelo desenvolvimento territorial, emancipação econômica e social das pessoas.
