Em novembro de 1999, durante uma viagem a Buenos Aires (Argentina), junto a alguns colegas, Lourdes Marchi, mulher importante na história da construção da economia solidária no Paraná, conheceu a professora economista Eloisa Primavera e teve contato com o movimento de Trocas Solidárias. Na época, a situação econômica da Argentina era semelhante à vivenciada no Brasil de 2022, contando com altos índices de desemprego, e moveu grupos de cerca de 30 a 40 pessoas que se reuniram na noite para se apoiarem trocando materiais, conhecimentos, serviço, arte, atenção e outros recursos que dispunham, para auxiliar a passar pelas dificuldades.

Lourdes conta que retornou muito empolgada a Curitiba, e em novembro de 2001 teve início o primeiro Clube de Trocas da Região, com cerca de 20 pessoas reunidas na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Sítio Cercado, em Curitiba.

A partir daí, começaram a organizar novos clubes em outros locais, geralmente nas paróquias ou associações comunitárias.

Em meados de 2005, a partir de uma oficina, criaram a moeda social Pinhão, uma moeda simbólica, que tem valores definidos (meio Pinhão, 1, 2 e 5 Pinhões) e auxilia nas trocas. Em 2009, passam a se reconhecer como Rede Pinhão de Clube de Trocas, adotando como palavras de ordem de autoria de Lenita Grippa: “Nas cirandas do povo, está nascendo um mundo novo!”.

Em 2011, o Cefuria lança a  cartilha “Clubes de Troca – Rompendo o silêncio, construindo outra história”, na série Metodologia e Sistematização de Experiências Coletivas Populares.

Anualmente, os grupos também organizam grandes encontros festivos chamados Clubões, reunindo participantes de diversos clubes.

Segundo Lourdes, a rede teve seu ápice no início da década de 2010, contando com 23 Clubes de Troca funcionando em Curitiba e Região metropolitana. Com o passar do tempo, os clubes foram perdendo força e fechando, sofrendo ainda mais com a chegada da pandemia de Covid-19 em 2020.

Apesar dessas dificuldades, alguns clubes ainda seguem funcionando.