Grupo Padre Estevão

Atualmente, o grupo é composto por sete famílias que produzem hortaliças, frutas e verduras orgânicas. Eles moram em São João do Triunfo, terceira maior cidade produtora de fumo do Brasil. As famílias que compõem o grupo são Ivonei e Eli, Cristiano e Caroline, Jorge e Anita, Edson e Maria Lisete, Clemente e Alaide, Reinaldo e Ana, Wanderlei e Irene. 

Uma das famílias já trabalhou com fumo, que é a principal forma de renda na região. Porém, ao perceber a problemática do trabalho, principalmente com relação às grandes empresas que contratam o serviço, notaram que é uma atividade muito prejudicial à saúde e sem retorno financeiro. Foi quando decidiram produzir alimentos, realizando o plantio de hortaliças, verduras e frutas de forma agroecológica.

O nome Padre Estevão vem de uma homenagem a um padre que residiu na cidade e incentivou um grupo de trabalhadores a se organizarem em cooperativa. O padre mostrou aos agricultores que eles tinham valor, segundo seu Emílio, que conheceu o padre. Os agricultores relataram que o padre tinha uma personalidade atrevida e não pretendia se aproximar da política, apesar de verem o padre como essa figura, pois ele tinha conhecimento e ousadia. 

Em determinado período, há alguns anos, os trabalhadores não receberam seu salário e fizeram uma greve. Então, o padre orientou que os trabalhadores poderiam ser prejudicados perante a lei e sugeriu a ideia de organizar um sindicato para reivindicar seus direitos. Na época, ele também ajudou a montar um hospital, arrecadando pinheiros para construir um barracão, dinheiro dos moradores e de uma tia dele que morava na Alemanha, além de pedir ajuda para cortar as madeiras e construir o barracão. Atrás da igreja, ficava a horta do padre Estevão. Ele distribuía para mercados e moradores e tinha uma variedade enorme de batata doce, que ficaram conhecidas como batatas do Padre Estevão, e até hoje existem mudas na cidade.