O QUE É ECONOMIA SOLIDÁRIA?
É uma proposta diferente de economia
Não existe empregado ou patrão, todos os participantes são também donos do empreendimento e decidem coletivamente os rumos.
É uma forma de organização da classe trabalhadora que se caracteriza pelo trabalho coletivo e autogestionário
Isso significa que não há hierarquia; todos os participantes têm igual poder e decidem coletivamente como farão seu trabalho, suas estratégias de comercialização, formas de produção e realizam a divisão justa dos ganhos.
Além disso, a economia solidária se baseia nos princípios da responsabilidade social e ambiental, cooperação e solidariedade.
Apesar de o termo “solidariedade” popularmente trazer uma conotação de “caridade”, o conceito de solidária para a economia solidária destoa dessa ideia.
Para nós, a palavra solidária exprime um senso de responsabilidade coletiva; a reciprocidade de interesses e obrigações; resgata o sentido de união; o firmamento de laços; o compartilhamento de ideias, atitudes e sentimentos.
Na economia solidária, as relações comerciais acontecem buscando a integração e bem-estar social entre os envolvidos, visando a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, se opondo a lógica capitalista de competição, exploração e exclusão.
Uma das prioridades da economia popular solidária é a formação de redes de colaboração que integrem grupos de consumidores, produtores e prestadores de serviços para a prática do mercado solidário.
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QUEM FAZ PARTE DA ECONOMIA SOLIDÁRIA?
Empreendimentos de Economia Solidária (EES)
Empreendimentos de produção, comercialização, distribuição ou de crédito. Utilizam a autogestão para se organizar, com decisões realizadas coletivamente.
Redes e Circuitos de Produção e Consumo
São as organizações nas quais os EES se conectam, somando forças e recursos para atingir objetivos em comum. É aqui que encontramos a nossa Rede Mandala!
Fóruns e Conselhos
São espaços organizados para debater e construir estratégias e políticas públicas. Dessa forma, o movimento da economia solidária se articula para influir no poder público e conquistar mudanças que fomentam a Ecosol.
Poder Público
Aprova políticas públicas e cria leis para abarcar os interesses da economia solidária. O movimento de Ecosol se organiza para pressionar o poder público a se alinhar com as demandas reivindicadas pelos trabalhadores.
Entidades de Apoio
e Fomento
Organizações que dão suporte para fomentar a Ecosol, em esferas como fortalecer e incubar empreendimentos, realizar formações, articular ações com consumidores e/ou poder público.
Consumidores Solidários
Pessoas que escolhem produtos e serviços da Ecosol, comprando individualmente ou em grupos. Esse perfil de consumo se questiona sobre a origem e as formas de produção do empreendimento.
Princípios da Economia Solidária
A Ecosol é formada por iniciativas que organizam a produção de bens e serviços e consumo, com base nos seguintes princípios norteadores:
✓ Cooperação
✓ Solidariedade
✓ Autogestão
✓ Inclusão social
✓ Igualdade de gênero,
raça e etnia
✓ Respeito à natureza
e ao equilíbrio dos ecossistemas
✓ Desenvolvimento local integrado e sustentável, centrado em pessoas
✓ Acesso igualitário à informação e segurança alimentar
✓ Distribuição equitativa das riquezas produzidas coletivamente
✓ Valorização do ser humano
✓ Gestão democrática, estrutura não-hierárquica e participação ativa
✓ Bem-estar de todos os envolvidos
Formas de Organização:
“São milhares de iniciativas econômicas, no campo e na cidade, em que as pessoas trabalhadoras estão organizados coletivamente: associações e grupos de produtores; cooperativas de agricultura familiar; cooperativas de coleta e reciclagem; empresas recuperadas assumidas pelos trabalhadores; redes de produção, comercialização e consumo; bancos comunitários; cooperativas de crédito; clubes de trocas; entre outras.”
Fonte: Observatório Nacional da Economia Solidária e do Cooperativismo
O que NÃO É economia solidária?
Você já deve ter visto outros conceitos de economias que NÃO SÃO a economia solidária (Ecosol), como “economia colaborativa”, “economia criativa”, “economia circular” e “economia verde”. Essas propostas perpetuam a estrutura do capitalismo e escondem seus efeitos negativos, já que levam premissas do sistema, como a exploração de trabalhadores, a maximização do lucro das empresas e o consumo descartável.
6ª Plenária Nacional de Economia Solidária – Brasília DF.
Fonte: Fundo Luterano de Diaconia.
Leis e Políticas públicas:
A Economia Solidária desenvolve suas políticas públicas há algumas décadas em nível mundial e também nas esferas federal, estadual e municipal. Do ponto de vista legal, é fundamental a promoção da economia popular solidária e o desenvolvimento de grupos organizados autogestionários em atividades econômicas, para impulsionar a integração no mercado e a autossustentabilidade de suas atividades.
Com o objetivo de regulamentar os empreendimentos solidários no Brasil, foi criada a PNES (Política Nacional da Economia Solidária) e o Sinaes (Sistema Nacional de Economia Solidária), a partir do Projeto de Lei da Câmara 137/2017. No Paraná, Estado de atuação da Rede Mandala, as diretrizes se estabelecem a partir de uma política estadual e, em Curitiba, é instituída uma política municipal sobre o tema.
Para ser considerado um empreendimento da Ecosol e integrar a PNES, existem características como “a gestão democrática, a garantia de livre adesão e prática de preços justos, a cooperação entre empreendimentos, a precificação conforme os princípios do comércio justo e solidário, a justa distribuição dos resultados e a transparência e a publicidade na gestão dos recursos”, conforme afirma reportagem da Agência Brasil. Esses são alguns requisitos que garantem a legitimidade dos empreendimentos no modelo da Ecosol, entre outras questões.