A Rede de Segurança Alimentar conta com seis grupos filiados à Rede Mandala, todos em Curitiba. São eles:
1. Bom Pastor;
2. Cecopam;
3. Nossa Senhora Aparecida;
4. Nossa Senhora do Pilar;
5. Sabará;
6. São Sebastião.

Salete Bagolin Bez nos faz o relato sobre a Rede de Segurança Alimentar.

“O termo “segurança alimentar” é usado desde a Primeira Guerra Mundial, ligado ao conceito de segurança nacional, à capacidade dos Estados de produzirem seus alimentos e ao fenômeno da fome, agravado pela guerra.
Na 2ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em 2004, ficou estabelecido que Segurança Alimentar e Nutricional é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, cultural, econômica e ambientalmente sustentáveis (II CNSAN, 2004).

O direito sagrado do alimento a todas as pessoas é responsabilidade de uma nação. Em 2010, diante de uma realidade e a necessidade de muitas famílias empobrecidas em Curitiba e Região Metropolitana, a política pública de abastecimento alimentar do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), beneficiando todos os estados brasileiros e com a organização e participação de vários grupos, polos, instituições, empreendimentos de Economia Solidária, creches, hospitais, igrejas, casas de recuperação, associações de catadores comunidade entidades, criou-se a Rede de Segurança Alimentar Campo Cidade, com o objetivo de garantir alimento saudável para mais de 10 mil famílias em insegurança alimentar.
A animação e administração jurídica dos documentos se deu pelo CEFURIA e pelo CECOPAM. As famílias recebiam alimentos pelo PAA. A CONAB cadastrava associações e cooperativas da reforma agrária, adquiriam os alimentos direto dos agricultores(as) da agricultura familiar e das cooperativas da reforma agrária e entregava para as entidades, que por sua vez, distribuíam para as famílias empobrecidas cadastradas.

Mensalmente, em torno de 30 toneladas de alimentos eram descarregados na sede do Cecopam, no bairro Xaxim, em Curitiba, de forma ágil e sem atropelos. Um exemplo prático da autogestão de grupos beneficiados, lideranças voluntárias de comunidades. Infelizmente, desde 2017 houve a diminuição da quantidade dos alimentos, até a extinção do PAA.

Para coordenar tudo de forma autogestionária, criou-se o Conselho Gestor com representantes dos mais de 40 grupos, com o objetivo de organizar, planejar as ações de toda a Rede e também a formação dos participantes.

As pessoas voluntárias dos grupos, entidades, comunidades, não tinham o direito de acessar os alimentos doados porque eram exclusivos para famílias empobrecidas. Sendo assim, brota a ideia de um Projeto das Cestas de Alimentos Orgânicos, para as famílias e voluntárias que ajudavam nas entidades e que, a partir desse projeto, poderiam comprar os produtos.

A Rede sempre teve em foco contribuir com as famílias para que, a partir de políticas públicas, fosse garantido o alimento, mas também o acesso a informações sobre os programas e direitos sociais. Assim, via Conselho Gestor e metodologia da Educação Popular, ocorreram mais de 20 Rodas de Conversa nos grupos em várias comunidades da grande Curitiba, com as famílias empobrecidas que eram beneficiárias do projeto. Buscou-se fortalecer a autonomia e o empoderamento, especialmente das mulheres.

Durante o isolamento, pela pandemia, nasce o Programa Alô Comunidade, um podcast, para facilitar a comunicação, a formação e articulação com as famílias empobrecidas, enquanto os grandes encontros de formação, com temas escolhidos pelas pessoas, ainda não são possíveis.

Dica de Interação: Acesse os links de áudios do programa Alô Comunidade, alusivos às redes componentes da RM(e outros diversos temas), veiculados pelo Cecopam. Disponíveis em: https://redemandalapr.com/alo-comunidade